Então, após o vôo de Gagarin (em 12 de Abril de 1961) os EUA precisavam dar uma resposta à URSS, pois, se não o fizesse, a Corrida Espacial poderia ser perdida pouco tempo depois de ter se iniciado.
Foi por esse motivo que o jovem (e recém eleito) Presidente John Kennedy (29/05/1917 - 22/11/1963) convocou alguns dos principais envolvidos no programa espacial americano (Jerome Weisner, Conselheiro Científico do Presidente; Ted Sorenson, Vice-conselheiro do Presidente; Hugh Dryden, Administrador Adjunto da NASA; David Bell, Chefe do Gabinete de Orçamento; e James Webb, Administrador da NASA). para uma reunião cujo objetivo era entender porque os americanos estavam perdendo a Corrida Espacial e como fariam para ultrapassar seus concorrentes soviéticos e vencê-los.
Foi desta reunião que saiu a definição de que, para vencer a corrida espacial, seria necessário colocar o primeiro homem na lua. Hugh, que trabalhara com o presidente anterior (Dwight Eisenhower), foi o autor da idéia. Entretanto, o projeto não seria barato (estimado inicialmente em US$ 20 bilhoes, os gastos foram bem maiores que isso) e havia a preocupação do Presidente sobre como financiá-lo sem que o bolso do contribuinte americano "sentisse" muito.
A saída era recorrer ao Congresso. Mas para isso era necessário uma "mostra" do que a NASA era capaz de fazer. Foi então que em 5 de Maio de 1961 (originalmente, a missão seria em 2 de Maio de 1961) a Freedom 7 (impulsionada por um foguete Redstone) foi lançada e rasgou os céus da Flórida levando o astronauta Alan Shepard (18/11/1923 - 21/07/1998, primeiro americano no espaço) a um vôo sub-orbital de 15 minutos.
(Todas as missões Mercury eram acompanhadas pelo número 7 para referenciar os 7 originais)
Diferentemente do vôo de Gagarin, Alan Shepard, em dados momentos, realmente pilotou a nave, executando diversos comandos depois da separação da cápsula do foguete que a lançou (e da rotação da mesma) até momentos antes da abertura do paraquedas da nave que pousou "suavemente" no Oceano Atlântico. Ainda durante o vôo, Shepard operou um periscópio e, através dele, conseguiu visualizar a costa da Flórida e distinguir ilhas, classificando aquilo o que via como uma "Magnífica Vista". Embora tenha havido um pequeno problema técnico pouco antes da reentrada, o momento de maior tensão, realmente, ocorreu durante a reentrada, na qual o astronauta foi submetido à 11.5 G (a força da gravidade era 11.5 vezes maior sobre Shepard dentro de sua nave) devido a intensa velocidade que Freedom 7 "caía" dos céus até que o paraquedas fosse aberto.
A "prova" que Kennedy esperava estava dada. Agora, então, ele poderia se dirigir ao Congresso e solicitar a verba necessária para atingir o objetivo principal: levar o primeiro homem à lua e não medir esforços para que esse homem fosse um americano. Em 25 de Maio de 1961, John Kennedy fez seu famoso discurso (perante os Congressistas) e lançou o desafio: "Eu acredito que a nação deva se comprometer para alcançar o objetivo, antes do fim da década, de aterrissar o homem na lua e fazê-lo voltar em segurança para a Terra". Em outra oportunidade, na Universidade Rice, Kennedy disse: "Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis."
John F. Kennedy Presidente dos EUA de 20/01/1961 à 22/11/1963 |
Insígnia da missão de Shepard, a Freedom 7 |
Alan Shepard à bordo da Freedom 7 momentos antes do lançamento |
Lançamento do foguete Mercury da Freedom 7 lavando Shepard à bordo |
Cápsula da Mercury acoplada à torre que é descartada pouco depois do lançamento |