terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tópico 6 - O primeiro grande susto americano

Após o vôo de Alan Shepard em sua Freedom 7, a NASA ainda buscava aprimoramentos em suas cápsulas espaciais que, a essa altura, ainda não poderiam conceder aos astronautas do Mercury 7 uma volta inteira ao redor do planeta, ou seja, a realização de uma órbita (algo atingido pelos Soviéticos já em seu primeiro vôo com Yuri Gagarin). Mesmo assim, o entusiasmo não era menor na NASA e, após seguidos cancelamentos (a missão estava agendada para o dia 18 de julho, foi postergada para do dia 19, depois para o dia 20 - todos em função de condições climáticas pouco favoráveis - e em alguns deles o astronauta já estava embarcado na espaçonave), finalmente a Liberty Bell 7 foi lançada no dia 21 de julho de 1961 às 12h20 (hora local) no, ainda, chamado Cabo Canaveral, na Flórida, EUA. Virgil Ivan "Gus" Grissom (03/04/1926 - 27/01/1967) se tornaria o segundo americano no espaço para um novo "arco sub-orbital" em uma missão que, como esperado, se tornaria muito semelhante à missão anterior.

"Gus"
escolheu tal nome para sua espaçonave por dois principais motivos: a palavra Liberty tinha relação com o nome da missão anterior (Freedom) e Bell que, em inglês, significa "sino", relembra o formato da cápsula espacial do projeto Mercury. Além disso, Liberty Bell, que em tradução livre significa "Sino da Liberdade", faz clara referência a um dos mais notáveis símbolos da independência, nacionalismo e liberdade nos EUA.


À exemplo da missão anterior, a Liberty Bell 7 também foi impulsionada por um foguete Redstone e esta seria a última vez que tal foguete seria utilizado em um vôo tripulado visto que, nas próximas missões (cujo objetivo era realizar, ao menos, uma órbita ao redor do planeta), os foguetes Atlas (mais potentes e, por consequência, de maior alcance) seriam utilizados.


As principais diferenças entre as naves de Gus Grissom e Alan Shepard eram as seguintes: a nave de Gus possuía uma janela em formato de trapézio (a nave de Shepard não tinha nenhuma janela e o pouco que conseguiu visualizar durante o vôo foi através de um periscópio utilizado enquanto esteve em gravidade zero) e uma escotilha explosiva, que permitiria ao astronauta evacuar a nave rapidamente em caso de emergência.

Tecnicamente, os dois vôos foram muito semelhantes nas questões referentes à altitude (quase 190 km), distância percorrida (pouco mais de 480 km), velocidade máxima (mais de 8200 km/h), força da gravidade (11.5 g) e tempo de duração (pouco mais de 15 minutos). Entretanto, a Liberty Bell 7 trouxe o primeiro grande susto à NASA e ao astronauta...

No momento do pouso no Oceano Atlântico a escotilha explosiva, de fato, explodiu e começou a inundar a cápsula da Liberty Bell 7 com o astronauta ainda à bordo. Ele conseguiu se desprender de seu assento e se lançou ao mar enquanto o helicóptero da Marinha Americana ainda tentava "salvar" a cápsula. Entretanto, o traje espacial de Gus também começou a se encher de água mas, antes que algo pior acontecesse, o helicóptero de resgate o recuperou com segurança.

Gus foi "acusado" de explodir acidentalmente a escotilha mas uma comissão que investigou o fato comprovou as palavras do astronauta que afirmava que a escotilha tinha se acionado por si só. Em função desse episódio, vários futuros vôos da NASA não contariam com tal artefato. Ironicamente, dentre eles estaria o vôo que seria realizado pela Apollo 1 (da qual Gus Grissom era o comandante e perdeu a vida em um incêndio durante um teste de rotina, justamente por não conseguir evacuar da nave à tempo pela ausência de uma escotilha explosiva).

A cápsula da Liberty Bell 7 ficou submersa por 38 anos e foi resgatada (em bom estado de conservação) no dia 20 de julho de 1999. Após ser desmontada e limpa pela equipe do Kansas Cosmosphere and Space Center, a cápsula percorreu uma "turne nacional pelos EUA" até meados de 2006 e retornou ao Kansas onde está exposta até os dias de hoje.




 

Insígnia da missão "Liberty Bell 7"





"Gus" Grissom poucos instantes antes
de embarcar em sua missão





Lançamento da "Liberty Bell 7"
impulsionada pelo foguete Redstone





Astronauta Virgil  I. "Gus" Grissom
sendo resgatado pela Marinha
enquanto sua cápsula submerge
no Oceano Atlântico





quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tópico 5 - 15 minutos no espaço!

Antes de enviar seu primeiro astronauta ao espaço, a NASA testou seus sistemas e veículos com lançamentos não tripulados. Foram 3 missões com primatas: Sam - um macaco, que à bordo do Little Joe 4 foi levado à 85 Km de altitude em 4 de Dezembro de 1959; Miss Sam - uma macaca, cujo vôo à bordo do Little Joe 1B chegou à 14 Km de altitude em 21 de Janeiro de 1960; e Ham - um chimpanzé, que foi "passageiro" do vôo sub-orbital que o Mercury-Redstone 2 realizou em 31 de Janeiro de 1961 (ainda houve um novo vôo tripulado com primatas em 23 de Novembro de 1961 que levou o chimpanzé Enos a percorrer duas órbitas ao redor do planeta em 29 de Novembro de 1961).

Então, após o vôo de Gagarin (em 12 de Abril de 1961) os EUA precisavam dar uma resposta à URSS, pois, se não o fizesse, a Corrida Espacial poderia ser perdida pouco tempo depois de ter se iniciado.

Foi por esse motivo que o jovem (e recém eleito) Presidente John Kennedy (29/05/1917 - 22/11/1963) convocou alguns dos principais envolvidos no programa espacial americano (Jerome Weisner, Conselheiro Científico do Presidente; Ted Sorenson, Vice-conselheiro do Presidente; Hugh Dryden, Administrador Adjunto da NASA; David Bell, Chefe do Gabinete de Orçamento; e James Webb, Administrador da NASA). para uma reunião cujo objetivo era entender porque os americanos estavam perdendo a Corrida Espacial e como fariam para ultrapassar seus concorrentes soviéticos e vencê-los.

Foi desta reunião que saiu a definição de que, para vencer a corrida espacial, seria necessário colocar o primeiro homem na lua. Hugh, que trabalhara com o presidente anterior (Dwight Eisenhower), foi o autor da idéia. Entretanto, o projeto não seria barato (estimado inicialmente em US$ 20 bilhoes, os gastos foram bem maiores que isso) e havia a preocupação do Presidente sobre como financiá-lo sem que o bolso do contribuinte americano "sentisse" muito.

A saída era recorrer ao Congresso. Mas para isso era necessário uma "mostra" do que a NASA era capaz de fazer. Foi então que em 5 de Maio de 1961 (originalmente, a missão seria em 2 de Maio de 1961) a Freedom 7 (impulsionada por um foguete Redstone) foi lançada e rasgou os céus da Flórida levando o astronauta Alan Shepard (18/11/1923 - 21/07/1998, primeiro americano no espaço) a um vôo sub-orbital de 15 minutos.
(Todas as missões Mercury eram acompanhadas pelo número 7 para referenciar os 7 originais)

Diferentemente do vôo de Gagarin, Alan Shepard, em dados momentos, realmente pilotou a nave, executando diversos comandos depois da separação da cápsula do foguete que a lançou (e da rotação da mesma) até momentos antes da abertura do paraquedas da nave que pousou "suavemente" no Oceano Atlântico. Ainda durante o vôo, Shepard operou um periscópio e, através dele, conseguiu visualizar a costa da Flórida e distinguir ilhas, classificando aquilo o que via como uma "Magnífica Vista". Embora tenha havido um pequeno problema técnico pouco antes da reentrada, o momento de maior tensão, realmente, ocorreu durante a reentrada, na qual o astronauta foi submetido à 11.5 G (a força da gravidade era 11.5 vezes maior sobre Shepard dentro de sua nave) devido a intensa velocidade que Freedom 7 "caía" dos céus até que o paraquedas fosse aberto.

A "prova" que Kennedy esperava estava dada. Agora, então, ele poderia se dirigir ao Congresso e solicitar a verba necessária para atingir o objetivo principal: levar o primeiro homem à lua e não medir esforços para que esse homem fosse um americano. Em 25 de Maio de 1961, John Kennedy fez seu famoso discurso (perante os Congressistas) e lançou o desafio: "Eu acredito que a nação deva se comprometer para alcançar o objetivo, antes do fim da década, de aterrissar o homem na lua e fazê-lo voltar em segurança para a Terra". Em outra oportunidade, na Universidade Rice, Kennedy disse: "Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis."



John F. Kennedy
Presidente dos EUA
de 20/01/1961 à 22/11/1963



Insígnia da missão de Shepard,
a Freedom 7



Alan Shepard à bordo da Freedom 7
momentos antes do lançamento



Lançamento do foguete Mercury da Freedom 7
lavando Shepard à bordo




Cápsula da Mercury
acoplada à torre que é descartada
pouco depois do lançamento



Shepard após o pouso,
já resgatado pelo porta aviões.
Ao fundo, a cápsula que pilotou em sua missão








Vídeo produzido pela NASA em homenagem a Alan Shepard
e sua contribuição à exploração especial.
Este vídeo contém depoimentos de personagens
determinantes para o sucesso do Programa Espacial
tais como: John Glenn, Chris Kraft e o próprio Shepard.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tópico 4 - Yuri Gagarin :: O primeiro homem no espaço

O acirrado início da corrida espacial foi marcado pelos lançamentos de diversos satélites artificiais (os sovéticos Sputnik e os americanos Explorer e Vanguard, além de diversos satélites de comunicação, meteorologia e, até mesmo, de espionagem lançados pelos "dois lados").

Após alguns lançamentos "tripulados" por cães e primatas chega, finalmente, a vez do homem experimentar a sensação de "sair do planeta" ou, como preferir, "conquistar o espaço". Isto ocorreu pela primeira vez em 12 de Abril de 1961 e o primeiro homem a realizar este feito foi o soviético Yuri Gagarin.

Yuri Alekseievitch Gagarin (1934 - 1968), à bordo de seu Vostok 1 (cujo lançamento ocorreu às 9:07 da manhã - horário russo - no Cosmódromo de Baikonur - no Cazaquistão), realizou seu vôo 108 minutos no qual completou uma volta (entenda-se, uma órbita) ao redor do planeta à 315 km de altitude, proferindo uma das frases mais eloquentes da corrida espacial: "A Terra é Azul".

O vôo de Gagarin foi totalmente automático, tanto que o painel de comandos da Vostok 1 estava "travado". O Cosmonauta (maneira como eram chamados os "pilotos espaciais" soviéticos) possuía, entretanto, uma chave em um envelope fechado (que o desbloqueava) caso fosse necessário "assumir o controle" da nave. Ao final do vôo, pouco antes da reentrada na atmosfera, o módulo de equipamentos não se separou da cápsula onde Gagarin estava acondicionado (por algum problema técnico), então, ao final da reentrada, Gagarin se ejetou da cápsula e desceu usando seu próprio paraquedas. Embora esta situação fosse prevista, o governo soviético negou as condições reais deste pouso por anos, temendo que o vôo de Gagarin não fosse reconhecido pelas entidades internacionais já que o piloto não "acompanhou" a sua nave até o solo.

Gagarin foi um dos 20 pilotos aprovados pelo rigoroso "processo de seleção" do Programa Espacial Soviético e foi escolhido para ser o primeiro homem no espaço em função de suas características físicas (principalmente sua altura - 1,57m - já que a Vostok tinha um mínimo de espaço para o piloto), mas também por sua origem camponesa (que contava pontos no regime comunista), bem como por sua personalidade.

A agência soviética de notícias "Tass" anunciou ao mundo o início de uma nova era: a Era Espacial. E o Major Gagarin (cuja promoção ocorreu durante o vôo) era o rosto que retratava o início dessa era, pois, após o feito, viajou o mundo promovendo a tecnologia espacial de seu país, sendo recebido por reis, rainhas, presidentes e multidões por onde passava.



Yuri Gagarin (em seu traje espacial)
à bordo da Vostok 1 antes do lançamento



Lançamento da Vostok 1



Cápsula da Vostok 1 que "acomodou" Gagarin em seu vôo



Major Yuri Gagarin
promovendo a tecnologia espacial soviética
ao redor do mundo após seu histórico vôo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tópico 3 - The "Mercury Seven"

The "Mercury Seven" ou os "Sete Originais" foi o nome dado ao primeiro grupo de astronautas selecionados a voar pela NASA.

O "processo de seleção" determinava que só se poderiam se candidatar pessoas do sexo masculino (quesito imposto pelo presidente Dwight Eisenhower). Além disso, o candidato deveria ter, no máximo, 1,80 m e 82 Kg (tais características eram respeitadas em função das dimensões da cápsula espacial da nave Mercury). Outros requerimentos incluíam a formação em nível superior ou equivalente (especialmente Engenharia); ter menos de 40 anos; ter, no mínimo, 1500 horas de vôo e qualificação para pilotar jatos.

A NASA teve, inicialmente, mais de 500 candidatos e, destes 500, aprovou os primeiros 110 (5 fuzileiros Navais, 47 pilotos da Marinha e 58 pilotos da Força Aérea) em Janeiro de 1959.
Destes 110 candidados, 69 foram levados para a capital, Washington, em dois grupos. Como o interesse desses candidatos era tão grande (apesar dos exigentes exames físicos e mentais - ocorridos entre Janeiro e Março do mesmo ano - que incluíam horas de esteira ergométrica ou mesas de inclinação, ter os pés mergilhados em água com gelo, tomar 3 doses diárias de óleo de mamona, etc), a NASA decidiu não convocar os 41 candidatos restantes.

Do grupo de 69 candidatos, 6 foram rejeitados por ultrapassarem a altura limite de 1,80 m. Outros 33 desistiram ou foram reprovados durante a primeira fase de testes. Logo após, 4 se recusaram a participar da segunda rodada de testes (que também reprovou mais 8 candidatos), restando, até entao, 18 candidatos. Destes 18, os "Sete Originais" foram selecionados levando em conta o tipo físico, o nível de QI e a capacidade de trabalhar de maneira individual e, principalmente, em equipe.

Então, em 9 de Abril de 1959 em Washington, a NASA apresentou ao público os Mercury Seven. Eram eles: Alan B. Shepard Jr, Donald K. "Deke" Slayton, L. Gordon "Gordo" Cooper Jr, John H. Glenn Jr, M. Scott Carpenter, Virgil I. "Gus" Grissom e Walter "Wally" M. Schirra Jr.

Apesar da intensa avaliação médica a qual foram submetidos, Deke Slayton (01/03/1924 - 13/06/1993) foi considerado inapto a voar depois que exames de coração constataram uma alteração significativa no ritmo de seus batimentos cardíacos, sendo substituído, às pressas, por Scott Carpenter na segunda missão tripulada da Mercury. Ele foi, então, nomeado como Chefe do Escritório de Astronautas e, tempos depois, como Diretor de Operações de Vôo tendo a responsabilidade de escolher as tripulações das missões, inclusive a primeira a pisar na lua. "Deke" finalmente participou de uma missão (após uma década de tratamento cardiovascular) em 1975, onde escolheu a si mesmo como piloto da missão Apollo-Soyuz que marcou o primeiro encontro, em órbita, de americanos e soviéticos depois de findado o Projeto Apollo (que conduziu o homem à Lua).



Os Mercury Seven com a maquete da nave Mercury  nas mãos
e seus autógrafos abaixo.
Da esquerda para a direta estão
Em pé: Alan Shepard, "Wally" Schirra e John Glenn
Sentados: "Gus" Grissom, Scott Carpenter, "Deke" Slayton e Gordon Cooper



Os "Mercury Seven" em seus trajes de vôo
Da esquerda para a direita estão
Acima: Alan Shepard, "Gus" Grissom e Gordon Cooper
Abaixo: "Wally" Schirra, "Deke" Slayton, John Glenn e Scott Carpenter



Os "Mercury Seven" à frente da cápsula da nave Mercury

domingo, 24 de outubro de 2010

Tópico 2c - As instalações da NASA (Marshall Space Flight Center)

O Centro de Vôos Espaciais George C. Marshall é um centro de pesquisas civil do governo dos Estados Unidos especializado em foguetes e sistemas de propulsão de espaçonaves.

Foi, originalmente, uma sede da NASA e hoje é o centro que controla o sistema de propulsão dos Ônibus Espaciais e seus tanques externos; cargas e treinamentos relacionados às tripulações; design e montagem da Estação Espacial Internacional (EEI); computadores, redes, e administração das informações.

Localizado no arsenal Redstone, próximo de Huntsville, Alabama, o Centro foi assim nomeado como homenagem ao General de Exército Americano, George Marshall.

Este espaço também abriga o Centro Huntsville de Suporte às Operações, um órgão que dá suporte no lançamento de Ônibus Espaciais, cargas e atividades com experimentos no Centro Espacial Kennedy, além de operações de lançamento e experimentos da EEI.

O Centro Marshall também monitora lançamentos de foguetes da Estação da Força Aérea no Cabo Canaveral, quando a carga lançada é de sua responsabilidade.



Vista aérea do Centro de Vôos Espaciais Marshall




Estação Espacial Internacional (EES)
International Space Station (ISS)



Ônibus Espacial (com o compartimento superior aberto)
em missão junto à Estação Espacial Internacional


Tópico 2b - As instalações da NASA (Johnson Space Center)

Inaugurado em 1961, o Centro de Espaçonaves Tripuladas (localizado em Houston, Texas) é o centro de comando dos vôos tripulados da NASA, que tornou-se totalmente operacional em 1965 e, desde então, controla e monitora todos os vôos à partir da missão Gemini IV até as missões atuais.

Contruído em um gigantesco terreno (doado por uma universidade local nos anos 50), teve seu nome alterado para Lyndon B. Johnson Space Center em 1973, em homenagem ao Presidente Lyndon B. Johnson (político texano sucessor de Kennedy na presidência dos Estados Unidos e falecido naquele ano).

A área mais famosa e importante do Johnson Space Center é a Sala de Controle de Vôo (ou Centro de Controle da Missão), local de onde as tripulações no espaço são dirigidas por técnicos daqui da Terra. Formada por várias "trincheiras" de estações de trabalho computadorizadas (idealizadas por Gene Kranz - um dos mais importantes diretores de vôo da NASA, entre 1960-1994, tendo em seu "curriculum" a direção de vôos históricos como as missões Apollo 11 e Apollo 13), cada uma delas é a base de operações de alguma equipe de controle da missão e possui seu próprio código, o que facilita a comunicação entre as próprias equipes de solo no Centro de Controle, bem como, com o veículo espacial.

Atualmente, existem as Salas de Controle das missões do Ônibus Espacial (em inglês: Space Shuttle) e da Estação Espacial Internacional - EES (em inglês: International Space Station - ISS). Está, também, instalado e conservado neste local, o Centro (original) de Controle de Missão utilizado nos anos 60 e 70 para missões dos projetos Gemini e Apollo (além das missões do SkyLab) que, entre tantas passagens, viveu momentos decisivos na história da exploração espacial e, também, da própria humanidade, como a chegada o homem à lua na missão Apollo 11, em Julho de 1969. Neste local, estão afixadas, em suas paredes, as insígnias de todas as missões que ali foram controladas.

O Centro de Controle das missões Apollo foi fielmente reproduzido para o filme Apollo 13 (dirigido por Ron Howard e estrelado com Tom Hanks, Kevin Bacon, Bill Paxton e Gary Sinise, lançado em 1995 pela Universal Pictures), bem como para a série From the Eatrh to the Moon, produzida por Tom Hanks (que também dirigiu alguns episódios) para o canal HBO em 1998.



Vista aérea do Johnson Space Center, Houston TX



Operadores do Centro de Controle "assistindo"
o passeio espacial de Neil Armstrong e "Buzz" Aldrin
na Lua em 20 de Julho de 1969



No Centro de Controle da Missão Apollo 13,
controladores de vôo comemoram a volta segura dos astronautas
após uma explosão que danificou a espaçonave.
À direita, fumando charuto, o diretor de vôo Gene Kranz


Ator Ed Harris interpretando o diretor de vôo Gene Kranz
no Centro de Controle reproduzido para o filme Apollo 13



Centro de Controle das missões do Ônibus Espacial

Tópico 2a - As instalações da NASA (Kennedy Space Center)

Conhecido até hoje como Cabo Canaveral, o Kennedy Space Center e o "porto de lançamentos espaciais" da NASA localizado entre Miami e Jacksonville, no estado da Flórida. Com uma área de 567 Km2, o KSC conta, atualmente, com cerca de 17 mil trabalhadores e abriga um Centro de Visitantes e passeios públicos (um dos principais pontos turísticos do estado da Flórida), o Vehicle Assembly Building (em português: Prédio de Montagem de Veículos) e as Plataformas de Lançamentos de Veículos Espaciais, estes dois últimos localizados no Complexo 39, além das Centrais Administrativas.

Esta área vendo sendo utilizada pelo governo americano desde 1949, à época para testes de lançamentos de mísseis com direção ao Oceano Atlântico, cuja proximidade do equador permitia que os foguetes recebessem auxílio da rotação da Terra. Em 1951, a Força Aérea dos Estados Unidos estabeleceu ali um de seus principais Centros de Testes de Mísseis. O ano de 1957 marca o início dos lançamentos de foguetes e satélites (ainda pela Força Aérea), especificamente o Vanguard, e o início dos vôos sub-orbitais não tripulados.

Com a fundação da NASA, em 1958, o local foi transformado em sua base de lançamentos principal. Os foguetes Redstone, Atlas, Titan (entre outros) foram ali testados e utilizados, por exemplo, nas missões do Projeto Mercury (1959-1961) em testes, missões com primatas e missões tripuladas por seres humanos, os Mercury 7 (ou "os 7 Originais" - primeiro grupo de astronautas selecionados pela NASA).

Primeiramente chamado de Cabo Canaveral, a área teve sua primeira alteração de nome em Julho de 1962, passando a ser chamado de Centro de Operações de Lançamento. Após o assassinato do Presidente John F. Kennedy (principal entusiata e responsável pelo crescimento do programa espacial americano, em 22 de Novembro de 1963), o local novamente teve seu nome alterado (por determinação de seu sucessor, Lyndon B. Johnson) para John F. Kennedy Space Center (KSC), nome que ostenta até hoje.



O Jardim de Foguetes do Centro de Visitantes do KSC
Alguns dos foguetes das Missões Mercury, Gemini e Apollo
estão expostos para visitação do público



Vista aérea recente do Complexo 39
Ao centro o Vehicle Assembly Building
À direita o Centro de Controle de Lançamento



Nave Apollo deixando o Vehicle Assembly Building
e se dirigindo para a plataforma de lançamento nos anos 70



Foguete da missão Apollo 13 posicionado
na Plataforma de Lançamento em Abril de 1970



Foto de todo o complexo do Cabo Canaveral
tirada do espaço